É FILHO DE BOA GENTE!A l'attention de mes lecteurs :

GUERRA COLONIAL EM ANGOLA. DO ZAIRE AU CUNENE, PASSANDO PELOS DEMBOS.
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OBRIGADO PELA SUA VISITA.

QUEM NAO SE SENTE, NAO É FILHO DE BOA GENTE!


Se servistes a Patria que vos foi ingrata, vos fizestes o que devieis, e ela o que costuma.
Padre Antonio Vieira.

A nação é de todos. a nação tem de ser igual para todos. Se nao é igual para todos, é que os dirigentes que se chamam Estado, se tornaram quadrilha.
Aquilino Ribeiro. In quando os lobos uivam.

"patria", confiscaste-me os meus melhores três anos. Diz-me agora o que posso confiscar-te.

samedi 19 novembre 2011

02 de Janeiro de 1972.

02 de Janeiro de 1972.
Era um Domingo como os outros. Mais frio e cinzento, normal para o Inverno. Depois de introduzir numa pequena mala, os  meus parcos haveres saio pela porta do lado  Norte, porque era  esta que  dava para a  estrada  nacional. Depois de atravessar o pátio que daquele lado era mais pequeno  encosto-me à ombreira do portão e ai  aguardo  a chegada de um autocarro da União de  Sátão  mais pequeno que os outros, porque só fazia a ligação  Sátão Aguiar da Beira. Chamavam-lhe a carreira das três . Instantes  mais tarde, uma apitadela na ultima curva , avisar-me-ia  que tinha soado a hora.
                                         A bordo do Vera Cruz  10/01/1972.
Atravesso  a estrada em obliqua , o que tem o condão de me levar à esquina da taberna frente à qual ele  parava.
Abro  e acto continuo fecho  a porta traseira. .Quando pus o pé no estribo ainda « consegui » dizer Adeus pessoal às pessoas que então vieram à porta. Quando o autocarro arrancou, vi que o meu irmão Fernando chorava.      



 Primeira etapa, Sátão, segunda etapa Viseu ; comboios diversos levar-me-iam até um ponto situado no meio de « nulle part » chamado Santa-Margarida.
Desta vez era a sério, não havia margem para duvidas : brevemente receberíamos os camuflados e embarcaríamos rumo a  Angola.
Nove dias depois, pudemos dizer: terra, terra!
Chegou o dia « D » e na hora « H » fomos introduzidos nas  entranhas do majestoso transatlântico  que dava pelo nome de  Vera Cruz.
Depois de uma travessia de nove dias, pudemos de novo dizer : terra, terra, mas tínhamos mudado de continente : Estávamos na  ‘África  dos elefantes e das  girafas. Apos o desembarque, esperava-nos um comboio que geralmente  tem bancos, mas as fabulosas riquezas Angolanas  pelas quais nos estávamos prontos a dar a vida, não chegavam para por bancos no « nosso » comboio, e como gado, « embarcamos » em  vagões que nos levariam  até  um loteamento de barracões de cimento  situado no meio de um grande areal. Não vão  pensar que  era a praia, tal como o comboio, também as “casernas” davam a impressão terem sido concebidas para acolher animais.
A entrada de cada barracão, havia de cada lado uma placa de 
cimento  e em cima destas uma fila de colchões  ascorosos repletos de um pó amarelado  que talvez dez anos antes  tivesse sido palha.
Ficávamos por lá alguns dias; vinham seguidamente grandes camiões equipados de altas cancelas,(cuidado não fosse a mercadoria suicidar-se), e então como dizia o poeta, lá íamos nos, de Luanda para o Norte.











1 commentaire:

  1. porra companheiro quando li este texto revi-me nele apenas com 2 diferenças saí do RI 2 em Abrantes e em Janeiro de 1969, de resto foi como a restante descrição, ou seja Vera Cruz, comboio, grafanil e por fim os celebres camiões (de gado) resumindo; tudo em bom. abraço

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