É FILHO DE BOA GENTE!A l'attention de mes lecteurs :

GUERRA COLONIAL EM ANGOLA. DO ZAIRE AU CUNENE, PASSANDO PELOS DEMBOS.
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OBRIGADO PELA SUA VISITA.

QUEM NAO SE SENTE, NAO É FILHO DE BOA GENTE!


Se servistes a Patria que vos foi ingrata, vos fizestes o que devieis, e ela o que costuma.
Padre Antonio Vieira.

A nação é de todos. a nação tem de ser igual para todos. Se nao é igual para todos, é que os dirigentes que se chamam Estado, se tornaram quadrilha.
Aquilino Ribeiro. In quando os lobos uivam.

"patria", confiscaste-me os meus melhores três anos. Diz-me agora o que posso confiscar-te.

samedi 28 janvier 2012

ERA UMA VEZ, NO CUNENE.




Kimbo ou "residencia" local.
Naoatu?!- Disseram os miudos quando eu passava.
hêêê! Respondi eu, e trouxe esta imagem.
Pobres Cuanhamas pequeninos!
Aqui esmagava-se o massango,vulgo painço, alimentação de base
da população local.
Capinagem. aqui pudemos fazer uma pausa sem apanhar nove reforços de
castigo, ou ir para  para o Canacassala.
Naquele dia, tive a sorte de encontrar uma sachola
com cabo comprido...

...Por vezes nao iam alem dos 60 ou 70 centímetros.
Enquanto "saboreava" as delicias do regime fascista, familiarizava-me
com o universo do Gulague.
Como eu gostava de ler...
... O Capitão enviou-me para aqui 10 dias, a fim de que  eu
lesse o livro todo.
Depois da seca, vinham as inundaçoes.
Atolados na lama.
O ramo de arvore em forma de (Y) indicava a entrada
ou saida de uma palissada que cercava as "residencias"
da savana.
Era nossa missão ir ao encontro das pessoas isoladas e
com a ajuda de um interprete e dos nossos enfermeiros, fazíamos por
elas o que podíamos. E como diz o poeta: Quem faz o que pode, faz o que deve.
Contaram-me que no tronco ...
...desta arvore, o Rei Bandume, experimentava as armas que mais tarde
utilizaria contra os Portugueses.
No âmbito de uma visita do Governador Geral,
certas etnias da região, vieram à cidade.


samedi 21 janvier 2012

AFRICA.




“Todo o apelo ao ódio nacional, racial e religioso que constitua uma incitação à discriminação, à hostilidade ou à violência deve ser interdito pela lei.”

(Artigo 20°  do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos.)

Corria o ano de 1974; estávamos no mês de Maio. Depois de termos passado os últimos 9 meses em Pereira d’Eça, eis-nos  enfim  em Luanda aguardando embarque para a Metrópole. Conversando com um amigo há muito radicado nesta cidade, diz-me ele a certa altura: Querem dar-lhes a autodeterminação, mas o que eles querem é a independência, e afinal a França também tinha a Argélia que lhe dava jeito devido ao petróleo e ficou sem ela. Acabava de passar 3 anos de serviço militar para conservarmos a nossa rica África, e não admitia  tal hipótese. Qual independência, qual carapuça?!
De regresso a Portugal, emigrei para França e quando procurei  um lugar onde pudesse aprender um pouco de francês, indicaram-me um “Lar de Emigrantes onde comecei a ter como colegas de “turma”, Argelinos, Marroquinos, e Tunisinos. Passado pouco tempo, também o professor era Africano. Vendo que a cor da epiderme era diferente, perguntei-lhe qual o seu pais de origem. Togo, foi a resposta. Togo? Pais independente, perguntei eu. Sim, pais independente, respondeu o Professor.
Africa, essa "desconhecida"!
Na escola falaram-nos das nossas colónias limitadas a Norte e a Sul, Este e Oeste, etc. etc. e vinha agora aquele senhor falar-me de Togo. Comecei então a contar os países Africanos. Não precisei destes anos todos, mas nem sempre é fácil recordar África; o abandono desta deixou feridas abertas que jamais cicatrizarão, mas a colonização também deixou feridas, só que as dos nossos doem mais.
Vejamos todavia: Marrocos independente em 1956, Argélia 1962,Tunísia 1956, Líbia 1951,Egipto 1922,Mauritanea 1960, Mali 1960, Níger 1960,Chade 1960 Sudão 1956,  Eritreia 1993, Djibuti 1977, Somália 1960, Senegal 1960, Gâmbia 1965, Guiné-Bissau 1974, Serra-Leoa 1961, Costa do Marfim 1960, Burquina-Faso 1960, Ghana 1957, Benim, Togo, Nigéria, Camarões, República C.  Africana, Gabão, Congo, R. D. C. (Zaire), 1960, S. Tomé e Príncipe 1975, Guiné Equatorial 1968, Uganda 1962, Kénia 1963, Ruanda 1962,Burundi 1962, Tanzânia 1961, Angola 1975,Zâmbia 1964, Namíbia 1990, Malawi 1964, Botsuana 1966, Zimbabué 1980, Moçambique 1975,  África do Sul 1910 (?) , Lesto 1966, Suazilândia 1969, Libéria 1847 (?) Guiné-Conakry 1958, Etiópia consta que não  foi colonizada (?)
Se há imperfeições, corrija-as quem quiser, todavia se os governantes portugueses tivessem meditado no “Inferno” que os franceses tiveram no Vietname em Maio de 54, e seguidamente na Argélia, tudo isto a seguir à grande guerra 39-45, talvez certas tragédias  pudessem ser evitadas.



A "MINHA" GUERRA EM IMAGENS.

Viagem Metropole Angola.

Chegada a Luanda.
Apresentaçao do Batalhao.
Ambrizete: Captaçao d'aguas.
Algures entre Ambrizete e Tomboco.


Nambuangongo em todo o seu esplendor!
Claro que nao escrevi, mas subscrevi com certo orgulho.
Nao era intenção minha esconder o Monumento.
Aqui morava o Pel. Rec.
Passagem de Ano. 72/73.
Entre Nambu. e Quipedro aquilo fez: Puuuuuumm! 
Operaçao Via Lactea.
Pausa para o almoço.
Por aqui fora, esta tudo minado: dizia o colega que me "emprestou" a MG. 
Pausa para a foto.
Missao cumprida. Podia-se a partir de entao circular pelo coraçao do Canacassala!
Cheira bem, cheira à Beira-Baixa.
Pel. Rec. Foto de familia.
Que importa morrer se no cemitério ha flores? No cemitério de Nambu. o que havia,
era muita erva.
Nambu. do lado Sul. Aqui "moravam a  nossa Comp. Op. 3480, o Pelotao de Apoio
Directo e o Pelotao de Morteiros.
Era ainda noite, quando aos gritos de Nambu. Nambu. descemos a rampa da caserna até ao fundo; "desancoramos"rumo ao Sul e
dissemos: Adeus Nambu. para sempre.
A caminho de Pereira d'Eça.
Nambuangongo ficava ja muito longe e ainda bem.
Pereira d'Eça à vista.
Esperava-nos o General pereira d'Eça
na primeira rotunda.
De sentinela.
Frente a mim, ficava a igreja.
A esquerda, o Palacio do Governador.
Pormenor da casa da guarda. Quem disse que as nossas condições
de vida eram inconformáveis?
Naquele dia, o homem da escala, pos-me de serviço em três lados.
Lutar, lutei, por quem, nao sei.


                                  GUERRA MALVADA!
Monumento aos antigos combatentes. Obrigado Torres Vedras. Monumentos assim, sao um exemplo a seguir.

"Eles fizeram a guerra sem saber a quem
Morreram nela, sem saber porquê
Entao por prémio, ao menos se lhes dê
Justa memoria a projectar no além."

Poema inscrito neste monumento, da autoria de Jaime Umbelino.
          Ainda ha pessoas de bom senso na terra Lusitana. BEM HAJA!



    ( Foto net.) Com a devida vénia.
Façam amor, nao a guerra.