É FILHO DE BOA GENTE!A l'attention de mes lecteurs :

GUERRA COLONIAL EM ANGOLA. DO ZAIRE AU CUNENE, PASSANDO PELOS DEMBOS.
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OBRIGADO PELA SUA VISITA.

QUEM NAO SE SENTE, NAO É FILHO DE BOA GENTE!


Se servistes a Patria que vos foi ingrata, vos fizestes o que devieis, e ela o que costuma.
Padre Antonio Vieira.

A nação é de todos. a nação tem de ser igual para todos. Se nao é igual para todos, é que os dirigentes que se chamam Estado, se tornaram quadrilha.
Aquilino Ribeiro. In quando os lobos uivam.

"patria", confiscaste-me os meus melhores três anos. Diz-me agora o que posso confiscar-te.

mercredi 5 mars 2014

LEMBRAM-SE?




Daquele quartel de Viseu onde por vezes o molho das batatas tinha tanta agua como azeite? E certo que estávamos na semana de campo, ou melhor  dizendo, de mata, e quem sabe se como o caminho da serra era mau, o azeite se entornou, quem sabe se foi parar ao rio Pavia poluiu a agua, matou os peixes, quem sabe?! Daquele quartel muito querido, um modelo de asseio, beleza, da Capital do Norte, onde o “rancho” ate era razoável nos primeiros dias e depois estragou-se tudo, “et pour cause”, chegou a nossa Companhia para tirar a especialidade, pouco depois chegou deu entrada mais uma Comp. Para tirar outra especialidade, e a partir dai, nunca mais foi como antes. Não sei que transformação sofreram os ingredientes que se destinavam à nossa alimentação, mas já não eram bem os mesmos. Seria por essa razão que ao fim do dia entrava no quartel um padeiro que nos propunha uns pedaços de pão de milho que comprávamos evidentemente, porque tínhamos FOME?! Eu comia-o porque tinha fome, os meus estimados camaradas, não sei se o preferiam ao tradicional casqueiro, que diga-se em abono da verdade, era para mim uma delicia. Não havia naquele quartel uns pedaços de pão que nos pudessem dar ou vender, nem que o atirassem de longe como se fazia aos cães?  Quem se lembra daquele prisioneiro do Viêt-minh que preso no interior de uma cabana, se via obrigado a ladrar, a fim de obter uns graozitos de arroz? Quem sabe o que faria para obter um casqueiro?!
Talvez a culpa ate fosse nossa: aparecíamos as centenas de uma só vez, e talvez os cozinheiros não soubessem como fazer comida para tanta gente com as mesmas panelas; se fossemos às dúzias poderia ser diferente, quem sabe?! Consta que no quartel de Viseu éramos mais de mil, talvez por essa razão o “rancho” era uma porcaria.
A partir dessa data, decidi evitar os grandes restaurantes, nunca se sabe se os ingredientes metidos numa panela muito grande perdem a qualidade como na tropa?!

António S. Leitão.