É FILHO DE BOA GENTE!A l'attention de mes lecteurs :

GUERRA COLONIAL EM ANGOLA. DO ZAIRE AU CUNENE, PASSANDO PELOS DEMBOS.
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QUEM NAO SE SENTE, NAO É FILHO DE BOA GENTE!


Se servistes a Patria que vos foi ingrata, vos fizestes o que devieis, e ela o que costuma.
Padre Antonio Vieira.

A nação é de todos. a nação tem de ser igual para todos. Se nao é igual para todos, é que os dirigentes que se chamam Estado, se tornaram quadrilha.
Aquilino Ribeiro. In quando os lobos uivam.

"patria", confiscaste-me os meus melhores três anos. Diz-me agora o que posso confiscar-te.

mardi 16 juillet 2013

GUERRA EM MOÇAMBIQUE. (Operação Planalto).




A primeira mina antipessoal em Moçambique rebenta no dia 14 de Junho de 1965, na zona de Cobué, distrito do Niassa. Esta região de resto, há-de ficar conhecida entre os combatentes portugueses como o estado de minas gerais. Que o diga o alferes  António gomes, sapador do Bat. de Cac 598. Em dois anos de comissão, detectou 560 minas. As companhias que actuavam no Niassa temiam sobretudo as minas antipessoais e anticarro. As bermas da picada eram depósitos de sucata retorcida.
No planalto dos Macondes, vizinho distrito de Cabo Delgado as emboscadas eram o perigo que mais se receava. O comandante-chefe de Moçambique, general Carrasco, lança nesta região a primeira grande operação militar em Moçambique, a Operação Águia entre 2 de Julho e 6 da Setembro. Participam o Batalhão de Caçadores 588, o B. Caç. De Nampula, o B. Caç. 729 e uma bateria de Artilharia.

(In Os anos da guerra.) Com a devida vénia.
A operação executada entre os rios Rovuma, na fronteira com a Tanzânia, e Messalo, tem como principal objectivo esmagar a guerrilha do Planalto dos Macondes. A ordem de operação manda “ desenvolver uma actividade destinada simultaneamente a exercer uma acção de presença junto das populações, destruir instalações  caracteristicamente terroristas, furtando assim aos bandos inimigos todo o apoio por parte das populações comprometidas ou não”.
O dispositivo militar em Cabo Delgado estava centrado em Mueda. Foi a partir desta zona, no coração do Planalto dos Macondes , que a operação se desenvolveu.
Dez mortos.
As forças portuguesas encontraram sérias dificuldades desde o inicio da ofensiva. Foram surpreendidas, segundo o relatório da operação, pelo “elevado numero de emboscadas e de acções de flagelação”. Nos primeiros dias as acções de guerrilha fazem quatro mortos e 18 feridos .
A Força aérea entra em acção no dia 8 de Julho e descarrega bombas sobre Muatide. Nem assim os guerrilheiros abrandam. Entre os dias 14 e 30 de Julho, as emboscadas sucedem-se um pouco por toda a zona da operação. Tombam em combate mais seis militares portugueses e são evacuados com ferimentos graves.
(In Os anos da guerra.) Com a devida vénia.
As noticias que chegam ao quartel-general em Lourenço-Marques, não são nada animadoras. Os relatórios enviados pelo comando da operação dão conta de”um inimigo numeroso, fortemente  mentalizado, bem armado que se habituara a actuar com relativo à-vontade na zona”.  Ao contrario do que planeara o comandante-chefe general João Carrasco, já não era possível desalojar os guerrilheiros do Planalto dos Macondes. Os portugueses tinham perdido a batalha da conquista da população que prestava o inestimável apoio de que a guerrilha tanto necessitava : o povo do planalto era para os guerrilheiros como agua para o peixe.
A partir do final de Julho, a Operação Águia foi perdendo de intensidade. As unidades instalam aquartelamentos e passam a fazer batidas, até que a operação é dada como terminada em 6 de Setembro. Os resultados finais são modestos em comparação com os objectivos inicialmente pretendidos. Já então o Planalto dos Macondes é uma das mais duras zonas de toda a Guerra Colonial: os guerrilheiros são numerosos, estão bem armados e dispõem de bases importantes.

(in as grandes operações da guerra colonial).