É FILHO DE BOA GENTE!A l'attention de mes lecteurs :

GUERRA COLONIAL EM ANGOLA. DO ZAIRE AU CUNENE, PASSANDO PELOS DEMBOS.
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OBRIGADO PELA SUA VISITA.

QUEM NAO SE SENTE, NAO É FILHO DE BOA GENTE!


Se servistes a Patria que vos foi ingrata, vos fizestes o que devieis, e ela o que costuma.
Padre Antonio Vieira.

A nação é de todos. a nação tem de ser igual para todos. Se nao é igual para todos, é que os dirigentes que se chamam Estado, se tornaram quadrilha.
Aquilino Ribeiro. In quando os lobos uivam.

"patria", confiscaste-me os meus melhores três anos. Diz-me agora o que posso confiscar-te.

lundi 16 juillet 2012

ERA UMA VEZ UM ANANAS.




Cansado de criticar o menu que nos era servido durante a guerra em Angola, decidi um dia desbloquear cinco escudos do meu magro orçamento, para comprar um ananás. Estando nos em zona pacifica, entravam diariamente no quartel, dois miúdos de cor que por vezes eram “utilizados” como moços de recados.
Chamei um deles, dei-lhe dez escudos para que fosse à cidade comprar-me o tal fruto açucarado. Sabendo de antemão que o ananás custava cinco escudos, esperava logicamente receber outro tanto de troco, mas qual não foi a minha surpresa quando o “nosso” pretinho me estende uma mão com o ananás, outra com uma laranja servindo de troco.
Tive vontade de o acusar de ter gasto o troco em laranjas e de ter reservado uma para mim, mas pareceu-me tão sincero que me comoveu, e disse-lhe: come tu a laranja, e deste modo o fruto que devia ter custado cinco mil reis, custou-me dez.
Não disse nada a ninguém, mas um dia um colega envia um dos miúdos comprar um barra de sabão clarim, e quando verifica o conteúdo da embalagem, constata que o sabão foi cortado ao meio e a embalagem colada com fita adesiva. Ai não havia ambiguidades o “moço” não comia o sabão e o meu camarada envia-o acto continuo reclamar à mulher do sabão, (não soube se era a mesma da fruta), que o sabão era para um tropa, e que queria uma barra completa. Evidentemente que a “ordem” foi executada, e “conclui” então que  algo de estranho se passou com o meu ananás.
Acontecia isto num pais que possuía reservas de ouro de entre as maiores do mundo, (palavras de salazaristas), e que exercia a sua soberania num dos países mais ricos (ou o mais rico de toda a África). O preço de uma laranja ou de um banana era de cinco tostões, quando compradas a retalho, por conseguinte por grosso não ultrapassaria os 3 ou 4 . Ouso perguntar: Não havia naquele orçamento de Estado ou da Comp. margem de manobra para nos atribuírem meia-duzia de tostões quotidianamente a fim de termos como na Metrópole um fruto ao jantar, e um copito de vinho ao almoço?
Estávamos nos prontos a morrer e ser por lá  abandonados como se de cães se tratasse, e éramos assim tratados. Há quem diga que estava tudo muito bem, e ate há quem chore o regime fascista; os Norte-Coreanos também choram a morte do “pai” presidente. Os comunistas têm a “coragem” de se dizer ateus, os fascistas diziam-se cristãos. Que se juntem todos, há sempre quem pugne por mais paz e justiça.

Antonio Leitão.

jeudi 12 juillet 2012

MAE.




Mamae, que estas tão longe de mim
Mamae sinto que estas a chorar
Não chores na minha ausência
Que um dia hei-de voltar!

Não chores, e pensa agora
Que o tempo passa depressa
Pede a Deus que te tire esse tormento
Que brande teu sofrimento
Desse teu formoso rosto

Mamae, não chores que eu volto!

Não chores, e pensa agora
Que o tempo passa depressa...

(Conjunto Oliveira Muge ).

Segundo certas fontes, o regime da epoca, proibiu a difusão desta canção em Moçambique. Se alguem quizer esclarecer...
A.L.

dimanche 8 juillet 2012

O AEROGRAMA




O CAMISOLA AMARELA, OU AEROGRAMA.

Quantas angustias, tristezas, sofrimentos alegrias poucas transitaram atraves destes simples papeis amarelos.
Quantos silêncios quantos gritos de revolta ficaram nas entrelinhas.
Aproveito o ensejo para prestar uma vibrante homenagem às MADRINHAS DE GUERRA que por vezes sem nos conhecerem, nos transmitiam força, luz animo coragem para enfrentarmos as agruras da guerra. diga-se sem demagogia: sem elas, coitados de nos.
Antonio Leitão.

Nota. A primeira associação das Madrinhas de Guerra foi fundada em França no ano de 1915.